quinta-feira, 18 de abril de 2013

ENQUANTO MORAR FOR UM PRIVILÉGIO OCUPAR AS RUAS É UM DIRETO


A União dos Movimentos de Moradia de São Paulo, filiada a Central de Movimentos Populares, foi as ruas ontem 17 de abril para exigir dialogo com o governo Haddad na discussão da política habitacional da capital paulista. Estão previstas 55 mil unidades do Programa Minha Casa Minha Vida na cidade de São Paulo, e as entidades buscam espaço para garantir que boa parte desta unidades sejam construídas em parceria com os movimentos organizados, e não somente com o capital privado.
A poucos dias, o governo Haddad anunciou uma parceria do governo municipal, com o governo federal e estadual para a produção de moradias para o Centro de São Paulo. Por iniciativa principalmente do governo do estado, foi sugerido parcerias público privada, as famosas PPPs, na produção destas unidades no Centro. O movimento tem demonstrado ser contra a entrega desta política habitacional ao setor privado, e sugere, como expressou a coordenadora da zona oeste, e da direção Nacional da CMP, a Jô, que as PPPS, "sejam Parceria Prefeitura e Povo".


A manifestação partiu de vários pontos da cidade de São Paulo, vindos da região oeste, sudeste, leste, centro entre outras. Da zona oeste, estavam presentes Eduardo e Jô da Direção Nacional da CMP, da Sudeste Dito, e no local de chegada das concentrações, em frente a Prefeitura, Gegê estava presente.

Na carta aberta distribuída a população, destaque para a situação da cidade de São Paulo a mais rica do país e o povo trabalhador ainda vive em favelas, áreas de risco, pendurado em bolsa aluguel, em cortiços, loteamentos clandestinos ou ocupações. Enquanto isso, os grandes empresários do mercado imobiliário avançam sobre as terras vazias, pioram o trânsito e a qualidade de vida da população. Em São Paulo, a moradia está cada vez mais cara.
O Governo Haddad prometeu mudar esta situação, mas, até agora, não apresentou uma proposta concreta na área da habitação.
Queremos a retomada do programa de mutirão com autogestão, novas moradias nas áreas centrais, o apoio ao Minha Casa Minha Vida na cidade, a destinação de terras públicas, a aprovação dos projetos dos movimentos, a assistência técnica gratuita, o atendimento aos idosos, às mulheres e aos moradores em cortiços.

As grandes obras e a Copa do Mundo não podem virar uma desculpa para expulsar a população mais pobre. Queremos a suspensão de todos os despejos em andamento e a regularização fundiária e a urbanização dos mutirões, das favelas e ocupações.

Lutamos para construir a participação direta da população nas definições da política de habitação. Queremos a retomada imediata do Orçamento Participativo, a criação do OP da Habitação, a revisão participativa do Plano Diretor, a demarcação de ZEIS suficientes para enfrentar a falta de moradia na cidade, a eleição imediata do Conselho Municipal de Habitação, a realização da Conferência Municipal de Habitação, a democratização do Conselho Municipal de Saneamento e a eleição dos Conselhos de Representantes das Subprefeituras.



Quando a concentração já estava em frente ao Gabinete do Prefeito, com todas as marchas já presentes, após o coro entoado pela multidão de mais de 5 mil manifestantes, "Haddad cade você, em vim aqui pra te ver", Haddad se dirigiu até o principal carro de som da manifestação  e assumiu o compromisso de construir conjuntamente com os movimentos organizados da capital, uma política habitacional voltada a população mais carente da faixa de renda de até 3 salários mínimos.
Após a fala de Haddad, houve uma reunião com uma comissão de representantes, onde um dos principais acordos firmados, foi a criação de uma comissão composta por movimentos organizados, com o objetivo de discutir e construir a política habitacional da capital.


Assim, foram dados os informes finais, e a alegria tomou conta da multidão que festejava com gritos de ordem:
  • MORADIA PARA TODOS, NÃO A ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA!
  • DO TETO E DO CHÃO NÃO SE ABRE MÃO! POR UMA CIDADE SEM DESPEJOS!
  • MORADIA DIGNA, JÁ!

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